Em sua primeira peça, Uma noite em cinco atos (Editora 34), o artista plástico, editor e escritor Alberto Martins realiza um encontro insólito entre três grandes poetas brasileiros já falecidos. Álvares de Azevedo, Mário de Andrade e José Paulo Paes, vivos, perambulam em plena noite do século XXI em São Paulo. Três poetas de gerações subsequentes e que carregam como semelhança a obra interrompida: Álvarez de Azevedo por conta da morte, Mário de Andrade pela realização de um projeto de Brasil e José Paulo Paes como pivô da noção de que sempre couberam aos poetas as "tarefas inconclusas". Há uma busca angustiada, pela qual Zé Paulo recruta o jovem Álvaro, aquele que "deixou a vida como deixa o tédio", e o silencioso Mário. Como apontou o professor Alcides Villaça no texto da orelha do livro, os personagens dão corpo à própria Poesia. É preciso escavar no subterrâneo soterrado pela "sinfonia do século" de uma paulicéia degradada "uma dor não contaminada", um lirismo acuado pela modernidade. Formado em letras na Universidade de São Paulo, xilogravurista, escultor e autor de livros infanto-juvenis que entrelaçam artes plásticas e literatura, como A história de biruta (Cia. das Letrinhas) e Goeldi: história de horizonte (Paulínia), pelo qual recebeu o prêmio Jabuti, Alberto Marins possui publicados também o original A história dos ossos (Editora 34) e a coletânea de poemas Cais (Editora 34). Nessa entrevista ao Portal Literal, Alberto Martins dá pistas do significado dessa reunião de poetas de gerações distintas em Uma noite em cinco atos (Editora 34), lançado no final de 2009, conta como funcionou a concepção da peça e revela o nome do próximo livro de poesia, que sairá em agosto pela Companhia das Letras.
http://www.literal.com.br/blogs/uma-noite-em-cinco-atos
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